A Importância do Design no Cinema

O cinema é uma forma de arte que combina diferentes elementos para criar experiências visuais e narrativas únicas. Entre esses elementos, o Design desempenha um papel crucial, contribuindo para a construção de cenários, personagens e atmosferas que enriquecem a história contada nas telas e a divulgação dessas obras. Neste blog, discutiremos a importância do Design no cinema, explorando conceitos como identidade visual, cores, formas e como tudo isso afeta a experiência do espectador.

O Design engloba a conceituação e a organização de todos os elementos que compõem um filme visualmente, incluindo cenários, figurinos, objetos de cena, maquiagem, efeitos visuais e gráficos. O objetivo principal é transmitir informações, sentimentos e ideias ao público por meio desses elementos cuidadosamente concebidos. O Design desempenha um papel essencial na construção do universo fictício do filme ou franquia, estabelecendo a estética, a atmosfera e o contexto da narrativa, ou, até mesmo, toda uma estética de um mesmo diretor.

Sala de cinema no post de design no cinema

O que é Identidade Visual

A identidade visual é um conceito fundamental no Design, no cinema e em diversas outras áreas. No contexto cinematográfico, a identidade visual refere-se à representação visual consistente e reconhecível de um filme, que inclui o estilo visual, a tipografia, os logotipos e outros elementos gráficos associados a ele. Uma identidade visual bem definida contribui para a construção da marca do filme, tornando-o reconhecível e diferenciando-o dos demais. 

Os personagens são ótimos exemplos disso, especialmente quando falamos de desenhos animados, pois características muito marcantes físicas, de estilo e personalidade são criadas para que haja uma rápida associação de elementos com esses mesmos personagens, até mesmo fora das telas. 

Como exemplo, podemos citar o universo criado pelo diretor norte americano Tim Burton, que traz consigo uma identidade bastante consagrada, com cores sóbrias e pouco variadas – com exceção de alguns projetos – personagens com características exageradas e olhos grandes e, geralmente, uma estética macabra, apesar das histórias em si não girarem em torno disso. Os filmes A Noiva Cadáver, O Estranho Mundo de Jack e Frankenweenie carregam em peso essas características. 

Quando falamos dos live actions do diretor, os atores escolhidos geralmente têm semelhança com os personagens animados, como é o caso da Fantástica Fábrica de Chocolate (versão com Johnny Depp, Helena Bonham-Carter e Christopher Lee), Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho, Beetlejuice: Os Fantasmas se Divertem, Edward Mãos de Tesoura e a série da Netflix, inspirada na Família Addams, Wandinha. Outro traço marcante das produções de Tim Burton é a presença dos mesmos atores, citados acima, em diversas obras, tanto interpretando como dublando os personagens.

As Cores e Formas

As cores desempenham um papel crucial no Design e no cinema. Elas têm o poder de evocar emoções, transmitir significados simbólicos e estabelecer a atmosfera de uma cena. Para isso estuda-se a  Teoria das Cores, campo que explora a relação entre elas e como afetam a percepção humana. No cinema, o uso inteligente das cores pode contribuir para a construção de personagens, a criação de uma ambientação específica e a transmissão de sensações ao público.

A paleta de cores se refere ao conjunto selecionado para um filme, representar algum personagem ou cena e assim por diante. Pode variar de acordo com o gênero, a época, o tema e a intenção do diretor. Uma paleta de cores bem definida ajuda a estabelecer a atmosfera desejada e guiar a interpretação do público.

O uso de cores contrastantes, por exemplo, pode criar um impacto visual forte, enquanto tons mais suaves, análogos ou monocromáticos podem transmitir desde tranquilidade até melancolia. Além disso, as cores podem ser utilizadas para indicar mudanças de tempo, espaço ou estado de espírito dos personagens ao longo da narrativa. 

Uma das identidades visuais mais consolidadas ao longo do tempo é a da boneca Barbie. O logotipo já mudou algumas vezes, assim como a aparência da personagem, mas a cor rosa shock se mantém e é muito emblemática. A estética é tão forte que rapidamente associamos o rosa à Barbie. Quando vamos decorar um ambiente, nos fantasiar, fazer trabalhos inspirados, sempre colocamos o rosa como elemento principal.

Outro elemento importante no Design é a forma. Podemos definir personalidades, atmosferas e até mesmo humor através das formas que são usadas. No caso de desenhos animados, temos as formas básicas: o triângulo, o círculo e o quadrado

Os vilões tendem a ser mais triangulares e pontudos, pois espantam e pontas costumam ser desagradáveis. Já os personagens mais quadrados são, normalmente, aqueles mais parados, teimosos ou estáveis. Por fim, os círculos, que estão em movimento e não possuem nenhum vértice, são a melhor escolha para “mocinhos” ou personagens adoráveis. É claro que, se o intuito do diretor for chocar, usar a ironia ou o humor, ele pode burlar essas regras e fazer o oposto. 

Outro ótimo exemplo é a animação da Pixar “Divertidamente “, na qual os personagens têm o formato e as cores condizentes com suas respectivas personalidades. Portanto, a Alegria é a única que possui duas cores – o amarelo e o azul – passando a ideia de que não existe alegria sem tristeza, a Tristeza é azul (pois em inglês “feeling blue” significa “se sentido triste”) e em formato de gota – fazendo referência a uma lágrima, o Medo é roxo e assustado, a Raiva é vermelha e retangular cuja cabeça pega fogo e, por fim, a Nojinho é verde – remetendo à cor de vegetais, geralmente odiados por crianças – e com um semblante e uma personalidade chata e resmungona a qual nada agrada.

Cores no cinema no filme da barbie

Aplicações em Live-actions

No caso de live-actions, essas formas estão presentes nos figurinos, nos cenários e em elementos como cabelo e maquiagem dos personagens. Se queremos passar a impressão de uma personalidade mais leve, “boazinha” ou simplesmente mais nova, normalmente optamos por maquiagens sem linhas delimitadas e cores claras, cabelos mais ondulados e roupas sem pontas ou muitos detalhes. Se queremos alguém mau ou mais velho, acrescentamos mais ângulos. 

O mesmo serve para os cenários. Se é um personagem mais vibrante, mais empático ou cheio de vida, ele tende a  estar inserido em um ambiente com formas mais orgânicas, e vice e versa. É o caso de Anakin, em Star Wars, que começa bom em sua trajetória. Sua casa original era arredondada e feita de terra, usava roupas de cores claras e, quando se tornou jedi, seu sabre emitia a cor azul – cor que remete ao bem, ao que é certo. 

Quando começa a ser corrompido pelos Sith a ambientação muda. Logo, ele se torna Darth Vader e passa a usar uma armadura preta – que torna sua voz grave e robótica, pouco humanizada – seu sabre se torna vermelho, os ambientes se tornam geométricos, frios e de materiais fabricados – não mais orgânicos – e as naves do Império são triangulares, ou seja, pontudas. Tudo isso contribuiu para construir o lado mau do personagem, assim como todo o lado antagonista, em grande contraste com os Jedi, que são bons, corretos, éticos e seguem princípios consolidados.

Outro exemplo que podemos citar é o estereótipo bem famoso e antigo do cinema norte-americano de acrescentar um filtro sépia quando o filme se passa no velho oeste: deserto, quente e árido. O uso do filtro “quente” ajuda na ambientação da história. 

cores no cinema em Star Wars

O Design no Cinema

Vários filmes se destacam pelo excelente uso do Design, demonstrando a importância desse elemento na construção da narrativa cinematográfica. Temos o universo de Tim Burton, como mencionado anteriormente, e os filmes da Pixar,  sempre com personagens muito bem definidos e memoráveis. 

Temos também toda a franquia da Barbie, que gerou inúmeros produtos, além da própria boneca, ao longo das décadas e nos dias atuais ainda faz tanto sucesso, que teremos um novo filme, dessa vez em live-action e com elenco e direção de peso. Contaremos com nomes como Margot Robbie, Ryan Gosling e a diretora Greta Gerwig, entre diversos outros.

Partindo para live actions em geral, temos os filmes de Wes Anderson, sempre marcados por paletas mais pastéis e cenas estáticas, com um visual que remete a quadros e demais obras de arte e todos os filmes de Star Wars, nos quais o Design delimita claramente a dualidade entre o que é bom e o que é mau e a transição do  personagem principal, Anakin, de um lado para o outro da Força.

Design no cinema muito presente em filmes da pixar

Direção de Arte

Um cargo muito importante que é comum do Cinema e do Design é o de Diretor de Arte. No caso do Design, ele é responsável por coordenar a parte visual dos projetos, sejam esses de identidade visual, branding, embalagens ou apenas um projeto gráfico. Para o cinema o raciocínio é o mesmo mas o se volta para para a iluminação, os figurinos, os cenários, a caracterização e a parte visual importante para compor a narrativa.

Dessa forma, pode-se constatar o papel do Design no cinema como uma ferramenta de comunicação capaz de orientar, organizar e definir por completo uma obra, desde grandes aspectos, a pequenos detalhes. E é o designer que tem o conhecimento para introduzir essas mudanças e atender a proposta daquilo que foi pensado pelos criadores cinematográficos.

Como pudemos ver ao longo desse blog, uma identidade visual de grande impacto é essencial para criarmos associações, memórias e afeto com personagens, histórias, cenários e assim por diante. É necessário conhecimento embasado sobre cores, formas, psicologia e o impacto que cada uma gera. Entender a utilização do visual é crucial para emocionar as pessoas.

Sendo assim, caso esteja tendo dificuldades em desenvolver uma identidade visual, marca ou fazer um rebranding total e consolidar-se no mercado, está na hora de mudar! Na Empresa Júnior, trabalhamos com a melhor consultoria para realizar seus sonhos e necessidades. Com uma área de Design repleta de cases, construiremos essa identidade que identifica, diferencia e agrega valor para a sua marca.

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Autores: Stella Seixas e pedro Primo.

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